
Se eu te pedisse para me ajudares, serias capaz de o fazer? Se eu te dissesse que esta é a única forma, que nada resulta, fá-lo-ias por mim? Se eu caísse, sei que me apanhavas. Se eu te pedisse a mão, sei que ma davas. E se eu te pedisse para ma largares? E se eu te pedisse isto? Se eu te disser que para mim já não há mais nada (e eu sei que não acreditas, mas há coisas que sabemos de forma inata tão facilmente quanto sabemos respirar mal nascemos) para além de desistir, partir, desaparecer, descansar, dormir... Se eu te disser que a única maneira, a única coisa que podes fazer por mim é deixar-me ir... Se eu te disser que a única maneira, a única coisa que podes fazer por mim, porque para além de fraca sou cobarde e incapaz, é ajudares-me a ir, partir, desaparecer, descansar, dormir... Eras capaz de me ajudar? E se eu te pedir por favor? Porque é a única maneira de parar. E eu sei que tu não acreditas, mas já não há mais nada para mim e tudo o que houve ficou, como sempre, por acabar. Não sou capaz sozinha, estou à espreita no precipício e não sou capaz sozinha, mas se tu me deres a mão e depois ma largares... se me empurrasses... Só preciso disso. Um pequeno empurrão. Só isso. Por favor!
Imagem: "Flåm" de Faller_man em http://www.flickr.com/photos/faller_man/.
1 comentário:
Ó Maria dos polegares mascarados de princesa, já eras menina para pôr aqui um texto airoso, não? Manda este pelo precipício, já que estás a jeito. Obrigada :) Beijinhos
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