
"porque não dormes?”,
perguntou a almofada
aos olhos abertos
ainda nem alvorada.
Silêncio total
a boca cerrada
um frio letal
e ela deitada.
"porque não dormes?",
insistiu a almofada
aos olhos vazios
na luz coada.
Nem um sinal
a respiração parada
a sua pele já cal
e o corpo já nada.
A almofada calou e percebeu então
que já nada vivia naquele caixão
apenas um espectro sem qualquer função
um corpo condenado à sua solidão.
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