Escrever, para mim, nunca foi difícil... até deixar de ser fácil.
Sempre foi juntar palavras em frases longas em parágrafos maiores em textos enormes que os meus professores tinham de ler; até serem só palavras em frases pequenas sem parágrafos que já não tinham professores que os lessem.
Sempre foi pensar em voz alta na folha do papel; até ser pensar em voz baixa nas teclas do computador.
Sempre foi escrever de seguida sem olhar para trás; até ser olhar para trás sem escrever para a frente.
Hoje, já não falas comigo.
(Ainda não falas comigo?)
Hoje, já não há mais nada para dizer.
(Não tens mais nada para me dizer?)
Hoje, esgotaram-se as palavras.
(Não tens mais palavras para me dar?)
Hoje, já só há o silêncio no papel.
(Não tens palavras que cheguem até mim?)
Hoje, já não há mais nada a dizer...
(Ainda não falas comigo?)
... até tornar a ser fácil escrever... até deixar de o ser.
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