Sempre tive medo de parecer ridícula,
cliché ou pouco original.
Afinal, é uma palavra tão grande,
tão difícil de dizer
e de conseguir guardar para sempre.
E depois... tu!
Tu mostraste-me o que era amar,
sem medos ou ilusões.
Tu ensinaste-me a confiar,
a acreditar que se podia falar de amor,
que se podia escrever "amor"
e não ser só mais uma palavra,
não ser só mais uma "carta ridícula"...
E mesmo que fosse, já não me preocupava.
Eu tinha medo de mostrar amor
e tu eras sedento de o manifestar
em carícias, em gestos, em olhares,
e chamavas-me "amor"
e eu não gostava,
mas também te amava.
Tu deste-me uma nova forma de amar,
sem restrições ou vergonhas,
sem limitações ou preocupações com o ridículo.
E depois... tu!
Tu já não me sabias amar,
nem com carícias, ou gestos ou olhares,
e deixaste de me chamar "amor"
e eu não disse nada,
mas ainda te amava.
Levaste o amor contigo
e eu deixei de saber como amar.
Nunca soube falar de amor.
É uma palavra tão pequena que se perde em mim
e que me faz sentir ridícula porque...
para mim, já não há "cartas ridículas",
e eu já não escrevo "amor".
Imagem: Love Sculpture from Robert Indiana, Sixth Avenue, Manhattan, NYC.
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